Os bispos portugueses divulgaram uma mensagem especial, numa reportagem do jornal Vaticano L’Osservatore Romano, que vale a pena ser lida com apreço: “Os avós são um tesouro. No tempo em que vivemos, devemos dizê-lo claramente”, porque “aquele que foi cuidado será capaz de cuidar, aquele que aprendeu poderá ensinar, aquele que foi protegido será capaz de proteger, aquele que foi amado saberá amar”.
O momento “é uma ocasião para agradecer, abraçar e celebrar a presença deles no passado e no presente, para voltar às próprias raízes e descobrir nelas a ternura e o amor de Deus. Eles são os primeiros a chegar à maternidade e imediatamente reconhecem qualquer semelhança familiar. Eles acalmam as birras do sono como ninguém. Caminham de mãos dadas ao longo das calçadas. Permanecem calmos junto ao mar enquanto as ondas banham os pezinhos. Compram aquele sorvete, limpam os joelhos machucados das brincadeiras da rua, dão o banho no final do dia esperando a chegada dos pais”.
São os avós que percebem que é necessário comprar um novo par de sapatos para os netos, que descobrem qual é o brinquedo dos sonhos e dizem adeus com os olhos cheios de lágrimas, em longos abraços de despedida. Escutam em silêncio as reclamações, dúvidas, medos. Eles compensam com amor as ausências, a raiva, as dificuldades dos pais ocupados, de vidas separadas.
Eles conhecem os primeiros namorados, ajudam a pagar as despesas da escola e aquela viagem tão esperada. São os avós, escrevem os bispos, que “se emocionam com as etapas alcançadas, com os estudos concluídos”, que “se preocupam com os fracassos, acendem velas no dia dos exames, rezam pelos seus netos”. Criam laços que não conhecem limites, que não contemplam a aparência das coisas, mas que se concentram na disponibilidade total, no amor incondicional”.
Os avós são um tesouro. No tempo em que vivemos, “devemos dizê-lo claramente, defendê-lo de forma peremptória”. Os tesouros devem ser protegidos, tratados com cuidado e admiração. Uma sociedade que não protege, não se importa, não admira os idosos, está condenada ao fracasso. Porque assim como a natureza nasce e renasce, assim como a semente cresce e é jogada no chão, assim ela passa e transcorre a vida.
“Aquele que foi cuidado será capaz de cuidar. Aquele que aprendeu poderá ensinar. Aquele que foi protegido será capaz de proteger. Aquele que foi amado saberá amar”.
É por isso que às vezes temos vontade de “correr para os braços de um velho avô, de uma avó sozinha”, de “rezar por aqueles que já partiram”, de “contar a um filho, a uma neta, a história dos avós, dos bisavós, de todos aqueles que nos deram a vida”.
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